Tarifa zero no transporte público exige atitude disruptiva, diz Romanelli

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD) disse nesta segunda-feira, 9, que a tarifa zero pode ser implantada no sistema de transporte coletivo de qualquer cidade brasileira. Para ele, o modelo atual não é mais sustentável e é necessário mudar o modo de financiamento. “Temos que pensar fora da caixinha para poder viabilizar uma mudança de paradigma, A tarifa zero no transporte é possível e exige uma atitude disruptiva (de rompimento com o atual sistema”, argumentou Romanelli durante aa audiência pública “Tarifa Zero no Transporte Público Municipal”, realizada na Assembleia Legislativa.

Na avaliação do deputado, a discussão sobre um sistema gratuito de ônibus deve avançar das pequenas cidades para os médios e grandes centros urbanos. “ O transporte coletivo é tão vital quanto o SUS (Sistema Único de Saúde) e a escola pública. É um serviço que impacta a vida das pessoas”, considerou Romanelli. “O sistema de ônibus não será de graça, porque haverá uma sustentação financeira diferente. Mas para o trabalhador a tarifa pode ser zero”.

“Para os que acham que isso é impossível de se pensar, ou que é demagogia, eu digo não. Há uma lógica”, afirmou Romanelli, completando que a viabilidade da tarifa zero pode ser estruturada a partir da política do vale-transporte. Usando como exemplo o caso de Curitiba, ele propôs que uma parte do valor pago pelas empresas seja depositado diretamente em um fundo municipal, que sustentaria todo o sistema.

Exemplo – Segundo Romanelli, a manutenção do transporte coletivo na capital gira em torno de R$ 85 milhões por mês. Ao mesmo tempo, são quase 900 mil trabalhadores registrados pelo regime CLT, que recebem um salário médio de R$ 2,1 mil. Neste caso, o gasto mensal com vale transporte é de aproximadamente R$ 300,00 e, deste total, o trabalhador desconta R$ 120,00 e o empregador complementa com mais R$ 180,00.

“Se a empresa depositar mensalmente em um fundo municipal R$ 100,00 para cada trabalhador registrado, teríamos R$ 90 milhões disponíveis por mês. O custo fica bem menor para o empregador, enquanto o trabalhador não precisaria ter nenhum desconto, e ainda teria o benefício para ele e a família usar o ônibus com gratuidade”, explicou Romanelli. “Empresa paga menos e o trabalhador ganha mais poder de compra”.

Debate público – Romanelli lembrou que promoveu a primeira audiência pública sobre tarifa zero em 2018 e também disse que o debate realizado pela Assembleia Legislativa, por iniciativa do deputado Goura (PDT), é essencial para rediscutir o modelo do transporte público.

“Este é um debate muito necessário. Precisamos envolver mais pessoas para repensar, fazer as contas, propor, discutir novas alternativas. Temos que ter coragem de avançar e não nos intimidar com pressões e interesses corporativos”, concluiu Romanelli.

Da Assessoria

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