Romanelli diz que falta de concorrência em leilão do pedágio causa frustração e cobra explicações
O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD) cobrou nesta segunda-feira, 2, explicações do governo federal sobre o processo de concessão de rodovias paranaenses, disse que o desconto de 0,08% ofertado pelo único concorrente no último leilão causou frustração e “é um escárnio e um desrespeito ao processo licitatório”, apontou ao avaliar o resultado o resultado da licitação do Lote 2, que inclui o trecho da BR-277 que conecta todo o estado ao litoral.
“Para o transporte de carga esta concessão é uma tragédia”, sustentou disse Romanelli da tribuna do legislativo ao relatar a expectativa das novas tarifas para veículos de carga na praça de São José dos Pinhais. Segundo Romanelli, um caminhão de seis eixos, que pagava R$ 117,00 até novembro de 2021, pagaria atualmente R$ 133,00 caso o pedágio fosse cobrado imediatamente. “Sobre este novo pedágio ainda haverá correção da inflação. O custo ficará extremamente elevado”, acrescentou.
Para Romanelli, o setor produtivo do Paraná deveria ir a Brasília e reivindicar o cancelamento da concessão de rodovias. “É necessário que o governo federal reveja este leilão. A União tem que dar explicações sobre a falta de competitividade”, pontuou o deputado. O desconto ofertado pelo fundo de investimento EPR para ficar com o Lote 2, disse o deputado, pode servir de parâmetro para os demais lotes, com os concorrentes fugindo de deságios para não pagar o aporte.
Sem garantia – No pronunciamento, o deputado afirmou que aqueles que sustentavam que o aporte serviria para selecionar concorrentes e garantir obras ficaram sem discurso, porque não haverá aporte. “O aporte nunca foi pensado como garantia de obras. Se houvesse aporte, ele seria destinado a cobrir outros custos, como do usuário frequente”, sustentou. “O valor de desconto para usuário frequente vai onerar a própria tarifa e quem vai pagar por isso são os demais usuários”.
Romanelli lembrou ainda que o projeto de concessão das rodovias paranaenses foi construído pela equipe do antigo governo federal e a modelagem foi mantida pela atual gestão da União. Segundo ele, o ministro dos Transportes, Renan Filho, teria que cumprir o que prometeu ao presidente Lula (PT), que era a modicidade da tarifa, “com um pedágio barato para o Paraná”.
Na avaliação do deputado, depois da concessão dos 3,3 mil quilômetros de rodovias que cortam o estado, o custo entre origem e destino deverá ficar mais caro do que era até novembro de 2021.