Prefeito Pocay confirma circulação de novas variantes da Covid em Ourinhos
A Secretaria Municipal de Saúde recebeu nesta terça-feira (06) resultados de amostras de exames que identificaram a circulação de novas variantes da Covid-19 na cidade de Ourinhos/SP, as quais podem ser mais letais e mais contagiosas.
Foram coletados entre os dias 26 de fevereiro a 15 de março amostras por meio de Swab de secreção em nasofaringe de 20 pacientes com Covid-19 e em estado grave (internados na UTI da Santa Casa de Misericórdia de Ourinhos).
Estas amostras foram armazenadas em condições de altíssima qualidade, por meio de uma parceira com o Laboratório Ourilab, que manteve as amostras em ambiente de segurança biológica em temperatura de -80°C.
Posteriormente, as amostras foram transportadas para o departamento de Doenças Tropicais na USP de São Paulo e analisadas por pesquisadores do grupo liderado pela Dra. Ester Sabino, pesquisadora que se desponta nos estudos da Covid-19 e também na identificação de novas variantes do Sars-CoV-2.
As amostras chegaram a USP de São Paulo no dia 17 de março em perfeitas condições para a análise. Estas amostras foram então estudadas minunciosamente pela técnica de RT-qPCR (Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real).
Das 20 amostras, sete voltaram o resultado positivo para P1, nove com resultado de “outras variantes” e apenas quatro amostras voltaram com resultado negativo para variantes diferentes do Sars-CoV-2 conhecido. Desta forma, 16 de 20 amostras (80%), apresentam variantes diferentes.
Os pesquisadores que proveram este resultado destacaram uma informação extremamente relevante. As nove amostras analisadas continham variantes ancestrais da P1 (variantes precursoras da tão temida P1), as quais podem ser mais letais e são mais contagiosas.
Os estudos não detectaram na população ourinhense estudada, variantes do Reino Unido e Africana.
A pesquisadora ourinhense da Unesp de Botucatu, Dra. Juliana Ferreira Floriano, que participa dos estudos sobre a Covid-19, demonstrou preocupação com os resultados dos exames. “Os resultados são alarmantes e podem explicar o aumento drástico no número de óbitos, de ocupação de leitos de UTIs, na modificação de faixa etária dos contaminados, casos graves e óbitos, bem como a ausência de comorbidades em pacientes graves e que também faleceram”.