PM e MPPR deflagram operação contra esquema criminoso de contrabando e prendem 14 policiais
A Polícia Militar, por meio da sua Corregedoria-Geral e do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), juntamente com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), cumpriram nesta quarta-feira (14) 15 mandados de prisão preventiva, 54 de busca e apreensão e 27 medidas cautelares de suspensão do exercício da função em 18 cidades do Noroeste e Oeste.
A operação Força e Honra foi deflagrada com base em investigações feitas pela Corregedoria da PM, em conjunto com o núcleo de Umuarama do Grupo Especializado na Proteção do Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria) e com o núcleo do Gaeco em Cascavel, sobre crimes envolvendo militares estaduais do BPRv.
Até às 11h30, o balanço parcial apontava 14 policiais militares e um empresário presos, e R$ 130 mil em dinheiro, oito tabletes de maconha, cocaína e haxixe apreendidos.
Segundo o comandante-geral da PM, coronel Hudson Leôncio Teixeira, alguns militares estaduais foram abordados no momento em que assumiam ou saíam de serviço nesta quarta-feira, e com alguns deles havia dinheiro em espécie. “Bens ainda estão sendo apreendidos. Esse grupo era focado no favorecimento ao contrabando e ao descaminho no Oeste e Noroeste. Sabemos que grande parte do nosso lado efetivo é composto por excelentes policiais, mas essa operação visa valorizar os bons profissionais e proporcionar à população um melhor atendimento”, disse.
Ele destacou que haverá responsabilização dos militares estaduais que foram presos. “Todo o material apreendido será periciado, os policiais militares presos serão encaminhados a um quartel da Polícia Militar, onde serão submetidos ao procedimento administrativo para apuração dos fatos, com direito à ampla defesa e ao contraditório”, disse
De acordo com o Ministério Público, há informações de que os policiais receberam propina para liberar a passagem de veículos com materiais contrabandeados e drogas. São apuradas denúncias sobre a prática dos crimes de concussão, corrupção passiva, peculato, prevaricação, falsidade ideológica, lavagem de ativos e eventual receptação. Ainda segundo as apurações, havia apropriação de mercadorias contrabandeados na falta do pagamento da propina, as quais seriam revendidas em comércios de eletrônicos e outros segmentos.
Segundo a promotora Juliana Stofella Costa, durante o curso das investigações foi constatado que os militares estaduais tinham movimentação financeira que não condizia com o salário que recebiam. “Contabilizamos uma renda de aproximadamente R$ 6 milhões movimentados pelos suspeitos”, disse.
As equipes policiais cumprem mandados de busca e apreensão em residências de 36 policiais, em quatro unidades do BPRv (Maringá, Iporã, Cruzeiro do Oeste e Cianorte), em seis residências de empresários e oito empresas. As ações ocorreram em Maringá, Cruzeiro do Oeste, Umuarama, Goioerê, Campo Mourão, Paranavaí, Maria Helena, Doutor Camargo, Mandaguari, Tamboara, Nova Esperança, Uniflor, Jussara, Mandaguaçu, Marialva, Guaíra, Cianorte e Iporã.
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ESQUEMA – De acordo com o subcomandante-geral da PM, Coronel Rui Noé Barroso Torres, o esquema facilitava a passagem de produtos oriundos do Paraguai naquela região. “Entre as ações desenvolvidas pela Polícia Militar, esta operação visa fazer uma assepsia no sistema. Temos o objetivo de tirar da nossa tropa policiais que apresentam esse desvio. A PM não compactua com esse tipo de conduta e sempre buscará pelo trabalho honesto e dentro da legalidade”, enfatizou o coronel.
O promotor do Gepatria, Diogo de Araújo Lima, agradeceu o apoio da Polícia Militar em toda a operação. “Tivemos desde o início dos trabalhos o apoio da PM, demonstrando total transparência e que a corporação não compactua com qualquer uma das irregularidades constatadas. Sem essa integração não teríamos alcançado esse resultado”, destacou.
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APREENSÕES – Até às 11h30 foram apreendidos, além do dinheiro e das drogas, cerca de R$ 100 mil em penus contrabandeados, uma espingarda de calibre .12, uma carabina de calibre .22, cerca de 100 munições de calibre .40, documentos, coletes balísticos, armas de fogo, munições, equipamentos eletrônicos, celulares e veículos.
COLETIVA – Também participaram da coletiva de apresentação da operação o corregedor-geral da PM, coronel Dorian Cavalheiro Nunes; o comandante do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), tenente-coronel Wellington Joserli Selmer; e o comandante do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), major Paulo Renato Aparecido Siloto.