Com mais de R$ 15 bilhões de investimentos, industrialização avança nos pequenos municípios
Foram 483 ações de atração de investimento desde 2019, em atividades industrial, de comércio e serviços. As cidades de porte médio receberam R$ 2 bilhões, as pequenas R$ 13,65 bilhões e as consideradas micro R$ 256 milhões. Empregos gerados devem movimentar outros setores nas cidades.
Com incentivo do Estado, a industrialização avança a passos largos nos municípios menos populosos do Paraná. Um levantamento da Invest Paraná (braço do Governo responsável pela prospecção e atração de investimentos) e do Instituto Água e Terra (IAT) a partir das licenças emitidas revela que as cidades de menor porte atraíram pelo menos R$ 15,9 bilhões da iniciativa privada desde 2019, entre instalações e ampliações. Dentro deste pacote estão mais de 400 ações em localidades de porte médio (R$ 2 bilhões), pequeno (R$ 13,65 bilhões) e micro (R$ 256 milhões).
“A Invest é como a vitrine que mostra as potencialidades do Paraná aos investidores nacionais e estrangeiros. O sucesso alcançado reforça a relevância do Estado, que tem transparência, segurança jurídica e infraestrutura de qualidade para quem quer investir e gerar empregos”, afirma o governador Carlos Massa Ratinho Junior.
“Esses investimentos que estão transformando o Estado e ajudando o Paraná a se desenvolver são fruto do bom ambiente político que implantamos, das garantias e seguranças jurídicas e de programas de incentivo coordenados pela Invest Paraná. Mas também de ações que tomamos para divulgar o potencial do Paraná, como a participação na Expo Dubai e as seguidas edições do Paraná Day, nos Estados Unidos, Espanha, México, Brasília e também em Curitiba”, enfatiza Ratinho Junior.
Os números, planilhas e tabelas podem ser ilustrados por inúmeros exemplos recentes e ajudam a ampliar a produção industrial, que vem de crescimento de 13,3% no ano, e a geração de empregos no Paraná, com recordes históricos. Segundo a Invest, o valor universal pode ser até maior porque um grande número de pequenos investimentos não envolve participação direta da agência.
O maior investimento de uma única empresa na história do Paraná, por exemplo, está em andamento em uma cidade classificada como de pequeno porte. São os R$ 9,4 bilhões da Klabin na ampliação da fábrica de Ortigueira (Unidade Puma), município dos Campos Gerais de 21,7 mil habitantes. Serão 1,5 mil vagas diretas depois do início da operação. Neste ano, a empresa anunciou aporte adicional de R$ 2,6 bilhões na região.
“Muitos estados estavam brigando por isso, mas a Klabin entendeu que o Paraná é um Estado que vive um bom momento, que consegue fazer planejamento a longo prazo”, destaca o governador.
Pouco maior do que Ortigueira, Rolândia, na Região Norte, tem confirmado a aplicação de R$ 875 milhões, por parte da Seara, na abertura da maior fábrica de empanados do mundo. A cidade tem pouco mais de 68 mil moradores (porte médio), que serão beneficiados pelas 2,6 mil vagas de empregos oferecidas diretamente pela empresa.
“O Paraná tem uma série de qualidades, com DNA de produção agrícola, referência na produção de grãos e de frango, além de uma excelente mão de obra e logística. Tudo isso faz a diferença na hora de decidirmos onde fazer investimentos”, explica o diretor de negócios da companhia e responsável pela unidade de Rolândia, Darlan José Carvalho.
Na mesma linha, a Frimesa destinou R$ 750 milhões para abrir uma planta para abate, desossa e industrialização de derivados de carne suína em Assis Chateaubriand, no Oeste do Estado. O empreendimento, previsto para entrar em operação em 2022, será o maior da América Latina e deverá gerar mais de 5 mil empregos diretos na cidade de pequeno porte com 33 mil moradores.
O investimento mais robusto em micromunicípios vem da Grandfood em Porto Amazonas, nos Campos Gerais. A dona das marcas de ração animal Premier Pet e Golden destinou R$ 200 milhões para a construção da planta na cidade de 4,9 mil moradores – a estimativa aponta para a abertura de 220 vagas diretas. Há, ainda, investimentos em Virmond (Coprossel), Quatro Pontes (Becker’s), Indianópolis (SW) e Espigão do Alto Iguaçu (União Nativa)
MAIS ANÚNCIOS – Com o avanço da vacinação e o consequente controle da pandemia da Covid-19, a economia paranaense confirmou o processo de retomada. Recuperação comprovada pelos anúncios de investimentos privados neste segundo semestre de 2021, impulsionados novamente pelos municípios de menor porte.
Com o apoio dos programas de incentivo do Estado, SuperBAC alocou R$ 100 milhões na nova planta, em Mandaguari, no Noroeste – o município de pequeno porte tem 34,6 mil habitantes. A empresa é especializada em soluções biotecnológicas de alta performance para os segmentos de agricultura, saneamento, óleo e gás e bens de consumo.
Já Marechal Cândido Rondon, no Oeste, vai abrigar a maior planta de proteína de soro de leite da América Latina. A Sooro Renner, líder nacional no segmento, investiu R$ 120 milhões na construção do complexo de 8 mil metros quadrados, com a criação de 30 empregos diretos e 150 indiretos. A cidade tem 54 mil habitantes (porte médio).
“O Paraná tem uma estratégia de olhar o potencial das cidades. Trabalhamos em parceria com as empresas e as prefeituras para encontrar as melhores soluções para gerar desenvolvimento, novos empregos, e ampliar a inovação do Estado em diversas áreas. E não paramos esse processo mesmo com a pandemia. Os empresários confiam no Estado e o resultado desse processo é o emprego na ponta”, afirma o diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin. Segundo ele, em números globais o Estado já atraiu cerca de R$ 80 bilhões do setor privado desde 2019.
LATICÍNIOS – Dono da segunda maior bacia leiteira do País, o Paraná também vem ampliando o beneficiamento do leite, o que agrega valor ao produto final. Com investimento de R$ 152 milhões e a criação de 160 empregos diretos, a Tirol abriu a primeira unidade própria no Estado, em Ipiranga, nos Campos Gerais, município de porte pequeno com 15,3 mil pessoas. A expectativa da empresa é de chegar a 1,2 milhão de litros de leite por dia.
“A instalação de uma empresa do porte da Tirol em Ipiranga é resultado de um trabalho de parceria, que contou muito com a colaboração do Governo do Estado. Para nós, que moramos na cidade ,é motivo de grande orgulho e satisfação. Temos de agradecer pelos empregos que serão gerados”, diz o prefeito Douglas Cruz.
Já a Piracanjuba, uma das quatro maiores indústrias do ramo no Brasil, destinou R$ 80 milhões para erguer a unidade de São Jorge D’Oeste, cidade da região Sudoeste com 9 mil moradores, também considerada pequena. A empresa está sendo instalada em um espaço de 48,74 hectares, com capacidade inicial de processamento de 1 milhão de litros de leite por dia, mas com potencial para alcançar até 2 milhões de litros diários.
A expectativa da indústria de leite é de gerar 450 empregos diretos ao longo dos três primeiros anos de funcionamento da empresa. A obra terá início no primeiro semestre de 2022, com duração estimada em 24 meses.
PROGRAMA PERMANENTE – Uma das principais ferramentas da Invest Paraná nessa linha de atendimento aos pequenos municípios é o programa Invest Cidades, que tem como objetivo a transferência da metodologia para atração de investimentos utilizada pelo próprio Estado. O programa treina agentes municipais a se tornarem agentes de prospecção, com a utilização de técnicas de marketing e gestão estratégica da informação. Cerca de 30 municípios já foram orientados e alguns já estão colhendo frutos concretos, como Agudos do Sul (menos de 10 mil habitantes), que atraiu uma grande empresa de telemarketing.
“A ideia principal da metodologia repassada aos municípios é que eles estejam organizados e tenham todas as informações necessárias para dar uma pronta resposta aos investidores”, explica Gustavo Cejas, diretor de Mercado e Novos Negócios da Invest Paraná. “O plano de ação deve conter todas as respostas que os investidores buscam: as áreas disponíveis na cidade para a instalação de empreendimentos, as condições de infraestrutura, saneamento, energia, telefonia, mão de obra, possibilidade de oferecer qualificação, rapidez na resposta para a concessão de alvará e uma legislação afinada para o tipo de empresa que pode atrair, observando as questões ambientais, como as áreas de mananciais, por exemplo. É um modelo que está ajudando o desenvolvimento do Estado”.