Paraná se estrutura para exploração turística de Angra Doce, na divisa com São Paulo
Nesta quarta-feira (25), o chefe da Casa Civil, Guto Silva, e o secretário estadual de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes, participaram, em Carlópolis, do evento de Governança de Angra Doce, que busca fortalecer a atividade turística como instrumento de desenvolvimento econômico do Norte Pioneiro.
Instituída como a primeira Área Especial de Interesse Turístico Federal, a região de Angra Doce, formada por 15 municípios lindeiros do lago da Usina de Chavantes, está mobilizada para ampliar os atrativos locais. Nesta quarta-feira (25), o chefe da Casa Civil, Guto Silva, e o secretário estadual de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes, participaram, em Carlópolis, do evento de Governança de Angra Doce, que busca fortalecer a atividade turística como instrumento de desenvolvimento econômico do Norte Pioneiro.
Para Guto Silva, além de reconhecer a região como um grande ativo turístico, o Governo do Estado trabalha em diferentes instâncias para fomentar a atividade. Isso inclui a melhoria da infraestrutura, a regulamentação do uso das áreas no entorno do reservatório para esse fim e a capacitação da população para trabalhar com o turismo. Além do Paraná, o Estado de São Paulo também está envolvido no projeto.
“Acreditamos que o turismo é um elemento importante para a retomada econômica, porque é uma maneira barata de gerar empregos. O Paraná quer se posicionar fortemente no turismo doméstico, que deve tomar à frente no pós-pandemia”, disse Silva. “As pessoas querem viajar para destinos como Angra Doce, fazer uma viagem não muito longa, que não demanda muitos recursos e é acessível, aproveitando as potencialidades do turismo de natureza e aventura”.
Com foco principalmente no turismo náutico e de natureza, a região integra também outros segmentos, como o turismo religioso, com a Rota do Rosário, e o turismo rural, a partir da Rota do Café. Angra Doce abrange cinco municípios paranaenses (Ribeirão Claro, Carlópolis, Jacarezinho, Siqueira Campos e Salto do Itararé) e dez paulistas (Barão de Antonina, Bernardino de Campos, Canitar, Chavantes, Fartura, Ipaussu, Itaporanga, Piraju, Ourinhos e Timburi).
REGULAMENTAÇÃO – Uma das ações do Governo do Estado para fomentar a exploração turística no entorno do reservatório de Chavantes, formado pela interseção dos rios Paranapanema e Itararé, é a regulamentação do licenciamento ambiental de uso e ocupação das margens do lago. Publicada na terça-feira (24), a portaria nº 276 do Instituto Água e Terra (IAT) institui o grupo de trabalho que vai remodelar uma antiga portaria que disciplina o uso dessa área.
A intenção, explicou Márcio Nunes, é criar um novo instrumento legal para regulamentar o uso e ocupação da borda do reservatório, com a intenção de fomentar o potencial turístico local. “As normas usadas para os rios são diferentes das aplicadas para uso de reservatórios artificiais, que já tiveram a mitigação e condicionantes dos impactos da sua construção cumpridas”, disse.
“Agora, os reservatórios que foram construídos para gerar energia podem ser aproveitados para usos múltiplos. Temos que usar essas áreas para fomentar o esporte, turismo, lazer, pesca esportiva e criação de peixes”, ressaltou o secretário ao citar a Resolução 023/2019 da Sedest, que normatiza as atividades. . “A proposta agora é disciplinar todas essas atividades e trazer para a realidade atual permitindo também a construção de empreendimentos nessas áreas para gerar emprego e renda através do turismo, repeitando o meio ambiente acima de tudo”, afirmou.
INFRAESTRUTURA – O secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, destacou que o Governo do Estado também anunciou investimentos para melhorar a infraestrutura local. São dois convênios com o município de Carlópolis, que somam R$ 2,5 milhões em investimentos. Eles tratam da pavimentação do Distrito Industrial da cidade e da Estrada do Monge.
“Temos buscado, junto com os municípios, a execução de projetos que possam melhorar a infraestrutura, porque sem ela não há como desenvolver o turismo”, disse. “Praticamente todas as rodovias do Norte Pioneiro estão sendo revitalizadas, com destaque para a PR-092, que é a principal artéria da região”, afirmou.
ANGRA DOCE – A região é propícia para a prática de vários esportes, como rafting, canoagem, mergulho, trekking, asa delta, voo livre, paraglider, parapente, equitação, passeios náuticos e pesca esportiva. Também possui cachoeiras, trilhas, praias artificiais e lugares históricos. O nome Angra Doce se deve à semelhança entre a paisagem formada pelas águas esverdeadas da represa e pelas inúmeras ilhotas da costa fluminense de Angra dos Reis.
Segundo estimativas da Associação Turística do Norte Pioneiro do Paraná (Aturnorpi), cerca de 375 mil pessoas já frequentam anualmente os atrativos da região, que tem recebido investimentos de resorts, hotéis e pousadas, além de outros empreendimentos que geram atualmente cerca de 8,5 mil empregos diretos e indiretos.
Junto aos atrativos da represa, as rotas turísticas são também ativos importantes nesse processo. A Rota do Rosário, que passa pela região de Angra Doce, é um roteiro de mais de 600 quilômetros por 17 cidades dos Campos Gerais e do Norte Pioneiro e agrega 16 santuários. Já a Rota do Café, que passa pelo Norte do Paraná, trabalha com produtos de Indicação Geográfica e outras produções agrícolas e soma 30 pontos turísticos, incluindo museus, fazendas, cafeterias e até vinícolas.
PRESENÇAS – Participaram do evento o diretor-presidente da Paraná Turismo, João Jacob Mehl; o secretário adjunto da Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Jairo Gund; os deputados federais Pedro Lupion e Luísa Canziani; e os deputados estaduais Luiz Claudio Romanelli e Alexandre Curi.